15 novembro 2018

Mais uma Iniciativa a ser Importada?


Postei recentemente uma série de artigos analisando os possíveis caminhos para que comece a existir no Brasil um mercado varejista de produtos dedicados à Casa Inteligente (clique aqui para o primeiro artigo). Obviamente, o mercado americano foi o inspirador da ideia, uma vez que há muitas iniciativas neste sentido ocorrendo por lá, com sucessos e fracassos. E termos a chance de aprender com os erros dos outros é sempre muito saudável!

Recentemente foi anunciada mais uma iniciativa no mercado americano que pode ajudar a balizar alguma ação semelhante no mercado brasileiro.

A Vector Security abriu sua segunda loja dedicada ao atendimento diferenciado e exclusivo a consumidores de produtos para a Casa Inteligente.

A Vector Security é uma empresa americana focada no mercado de segurança eletrônica, tanto para clientes residenciais quanto comerciais e industriais. Ela oferece o pacote completo, desde o fornecimento dos equipamentos necessários até a prestação de serviços de monitoração.

O mercado americano, diferentemente do brasileiro, foca mais na segurança como porta de entrada, complementando com as funções de automação residencial. A oferta de soluções da Vector cobre desde simples sistemas locais de vigilância aos mais completos sistemas, com controle de iluminação e climatização, eficiência energética, e controle de acesso.

E o que estas lojas oferecem de diferente?

Primeiramente, elas são dedicadas ao assunto. Isso significa que o cliente não tem que passar pelos setores de TV, celulares ou móveis para chegar até a seção da Casa Inteligente. Isso oferece ao cliente um ar de dedicação ao assunto, mas ao mesmo tempo não abre as portas para a compra por impulso. Se o varejista busca se posicionar de forma diferenciada, a compra por impulso não é muito bem vinda pois este tipo de cliente ainda não definiu seus interesses e necessidades e uma compra impensada pode acabar causando mais frustrações que alegrias.

A loja tem vários sistemas de demonstração montados em situações semirreais, onde o cliente pode interagir com os equipamentos, tendo uma melhor ideia das facilidades e dificuldades que as várias opções apresentam. Existe até uma sala de visitas toda equipada para que o cliente possa se sentir em sua futura Casa Inteligente.

A Vector Security também inovou (um pouco) no processo de venda. Como a empresa já possui um sistema robusto para venda de seus produtos online, o cliente desta loja é orientado a colocar o pedido diretamente online, podendo incluir também serviços de instalação junto com a compra. Se o cliente ainda não se decidiu ou se o que procura exige um pouco mais de complexidade, ele é orientado a marcar uma visita de um especialista à sua residência para que juntos possam definir a melhor solução.

É verdade que a Vector Security tem seus próprios produtos e serviços e este esforço de marketing é totalmente direcionado aos produtos que ela pode oferecer, não caracterizando este processo como um varejista tradicional, que oferece uma gama maior de fabricantes e marcas.

Mas fica patente que aumenta o número de empresas envolvidas com o fornecimento de produtos para a Casa Inteligente que acreditam que é necessário levar ao possível comprador não só o produto como também o mínimo de conhecimento para que ele faça uma escolha segura.

É algo como um test-drive, mas mais que apenas querer mostrar o diferencial do seu produto, o fabricante quer convencer o comprador de que há benefícios reais na compra dele.

No Brasil ainda não temos fabricantes com uma presença mais forte na Casa Inteligente. Apenas vemos empresas que fornecem os equipamentos mais “inteligentes” montando showrooms muito específicos de um produto, mas não valorizando o conceito da inteligência para todo o ambiente doméstico.

Será que temos um mercado carente de tutoria que poderia aproveitar uma ajudinha de um fabricante ou distribuidor ou mesmo um varejista para começar a montar sua Casa Inteligente?

Acredito que haja esta carência, mas o sucesso do empreendedor que quiser tomar essa iniciativa dependerá também em algumas outras inciativas, como a importação direta de equipamentos diretamente, suprindo alguma carência de oferta, ou se associar a empresas integradoras para cobrir as necessidades de suporte e instalação.

A recomendação é que a empresa interessada neste mercado invista em uma consultoria e uma pesquisa de mercado para montar o plano de negócios e com ele, se necessário ou conveniente, procurar sócios e parceiros.

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