Postei recentemente uma série de artigos analisando os possíveis
caminhos para que comece a existir no Brasil um mercado varejista de produtos
dedicados à Casa Inteligente (clique
aqui para o primeiro artigo). Obviamente, o mercado americano foi o inspirador
da ideia, uma vez que há muitas iniciativas neste sentido ocorrendo por lá, com
sucessos e fracassos. E termos a chance de aprender com os erros dos outros é
sempre muito saudável!
Recentemente foi anunciada mais uma iniciativa no mercado
americano que pode ajudar a balizar alguma ação semelhante no mercado
brasileiro.
A Vector Security abriu sua segunda loja dedicada ao
atendimento diferenciado e exclusivo a consumidores de produtos para a Casa Inteligente.
A Vector Security é uma empresa americana focada no mercado de
segurança eletrônica, tanto para clientes residenciais quanto comerciais e
industriais. Ela oferece o pacote completo, desde o fornecimento dos
equipamentos necessários até a prestação de serviços de monitoração.
O mercado americano, diferentemente do brasileiro, foca mais
na segurança como porta de entrada, complementando com as funções de automação
residencial. A oferta de soluções da Vector cobre desde simples sistemas locais
de vigilância aos mais completos sistemas, com controle de iluminação e climatização,
eficiência energética, e controle de acesso.
E o que estas lojas oferecem de diferente?
Primeiramente, elas são dedicadas ao assunto. Isso significa
que o cliente não tem que passar pelos setores de TV, celulares ou móveis para
chegar até a seção da Casa Inteligente.
Isso oferece ao cliente um ar de dedicação ao assunto, mas ao mesmo tempo não abre
as portas para a compra por impulso. Se o varejista busca se posicionar de
forma diferenciada, a compra por impulso não é muito bem vinda pois este tipo
de cliente ainda não definiu seus interesses e necessidades e uma compra impensada
pode acabar causando mais frustrações que alegrias.
A loja tem vários sistemas de demonstração montados em
situações semirreais, onde o cliente pode interagir com os equipamentos, tendo
uma melhor ideia das facilidades e dificuldades que as várias opções
apresentam. Existe até uma sala de visitas toda equipada para que o cliente
possa se sentir em sua futura Casa
Inteligente.
A Vector Security também inovou (um pouco) no processo de
venda. Como a empresa já possui um sistema robusto para venda de seus produtos
online, o cliente desta loja é orientado a colocar o pedido diretamente online,
podendo incluir também serviços de instalação junto com a compra. Se o cliente
ainda não se decidiu ou se o que procura exige um pouco mais de complexidade,
ele é orientado a marcar uma visita de um especialista à sua residência para
que juntos possam definir a melhor solução.
É verdade que a Vector Security tem seus próprios produtos e
serviços e este esforço de marketing é totalmente direcionado aos produtos que
ela pode oferecer, não caracterizando este processo como um varejista
tradicional, que oferece uma gama maior de fabricantes e marcas.
Mas fica patente que aumenta o número de empresas envolvidas
com o fornecimento de produtos para a Casa
Inteligente que acreditam que é necessário levar ao possível comprador não
só o produto como também o mínimo de conhecimento para que ele faça uma escolha
segura.
É algo como um test-drive, mas mais que apenas querer mostrar
o diferencial do seu produto, o fabricante quer convencer o comprador de que há
benefícios reais na compra dele.
No Brasil ainda não temos fabricantes com uma presença mais
forte na Casa Inteligente. Apenas vemos
empresas que fornecem os equipamentos mais “inteligentes” montando showrooms
muito específicos de um produto, mas não valorizando o conceito da inteligência
para todo o ambiente doméstico.
Será que temos um mercado carente de tutoria que poderia
aproveitar uma ajudinha de um fabricante ou distribuidor ou mesmo um varejista
para começar a montar sua Casa
Inteligente?
Acredito que haja esta carência, mas o sucesso do
empreendedor que quiser tomar essa iniciativa dependerá também em algumas
outras inciativas, como a importação direta de equipamentos diretamente,
suprindo alguma carência de oferta, ou se associar a empresas integradoras para
cobrir as necessidades de suporte e instalação.
A recomendação é que a empresa interessada neste mercado
invista em uma consultoria e uma pesquisa de mercado para montar o plano de negócios
e com ele, se necessário ou conveniente, procurar sócios e parceiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário