Muito se fala sobre Internet
das Coisas e sobre as Coisas. Mas a maioria se esquece que as Coisas, em
geral, pertencem a seres “H”umanos.
Precisamos entender de uma vez por todas que objetos se
comunicando via internet com aplicativos não
fazem parte do universo IoT. Para
caracterizarmos um sistema IoT é
necessário, entre outras coisas, que parte do processamento inteligente seja
feita na nuvem e que esta utilize informações de fora do sistema para inferir resultados
e construir informações ou definir ações.
Neste quadro, um único sistema que seja vendido e que
obedeça aos princípios acima poderia ser caracterizado como IoT.
Mas eu não o caracterizaria com “Consumer IoT”. O conceito de consumidor nos levar a imaginar milhares,
talvez milhões deles utilizando sistemas similares do mesmo fabricante.
Então, o “Consumer IoT”
é plural, ou seja, precisamos de mais de um Coisa. Na verdade, precisamos de
milhares, milhões, bilhões de Coisas e é justamente este plural que caracteriza
o verdadeiro potencial da IoT. É justamente a contribuição coletiva e “gratuita”
de dados que permitirá os desenvolvimentos de conhecimentos e aplicações que até
há pouco tempo eram considerados inalcançáveis.
Como consequência, o “Consumer
IoT” apresenta um círculo virtuoso interessante: para que o consumidor
adira à IoT ela precisa entregar
valor e para que a IoT possa
entregar valor ela precisa de consumidores fornecendo os dados através de seus
dispositivos e equipamentos.
É aí que entra o “H” do IoT.
Sem a aderência generalizada do ser humano não há “Consumer IoT”. E as empresas
precisam entender que o sucesso de seus desenvolvimentos no mundo IoT será principalmente medido pela
quantidade de “assinantes”, “sócios” ou “adeptos” que seus produtos conquistarem.
E para que o círculo virtuoso comece a girar positivamente,
as empresas precisam conquistar seus fãs através de uma série de valores não diretamente
ligados à Internet das Coisas.
Precisam continuar a pensar como antes, onde qualidade, funcionalidade, preço
justo e seriedade eram os pontos mais importantes para fidelizar clientes às suas
marcas. As funcionalidades IoT devem
ser um bônus, um algo a mais. Assim, o cliente pode aderir à Internet das Coisas em seu próprio
ritmo, sem lhe ser impingida uma funcionalidade que ele nem sabe se quer.
Afinal, o “Consumer
IoT” está aí para o benefício de
quem? Das Coisas, dos seus fabricantes ou dos seus usuários, os Seres Humanos?
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