Existe uma simplificação no mercado que é importante “dessimplificarmos”.
Quando falamos de assistentes virtuais como aqueles oferecidos pela Amazon ou
pela Google, simplificamos o conceito e consideramos que aquela peça de hardware
e o software dentro dela é uma única coisa. Assim, misturamos o Amazon Echo com
a Alexa e o Google Home com o Google Assistant. Mas na verdade o software,
tanto o Alexa quanto o Google Assistant são independentes dos equipamentos vendidos
por estas empresas.
Isto significa que outros fabricantes de “caixinhas” podem
desenvolver seus produtos sem se preocupar em desenvolver software (e com isso
concorrer com os outros gigantes); basta utilizarem um dos líderes em seus
produtos.
E no mercado mundial já vemos isso acontecendo com fabricantes
como Sonos, JBL, Harman Kardon, Bose e Bang & Olufsen, que já detêm 11% do
mercado americano.
Estes fabricantes podem caprichar no que são bons, como
qualidade de som e integração com seus outros produtos, enquanto oferece aos
seus clientes toda a gama de conectividade que o desenvolver do software
oferece no mercado.
Desta forma todos ganham. O fabricante por ter um produto
diferenciado, com grande capacidade de integração, sem ter que se preocupar em também
desenvolver software. O dono do software (Amazon ou Google) por expandir ainda
mais seu mercado. E o cliente, por ter mais opções de produtos com a certeza
que também está apostando em um líder de mercado quando se fala de inteligência
e integração.
Quando, então, olhamos para o mercado brasileiro, não vemos
muita coisa acontecendo. Até recentemente, estes assistentes virtuais não falavam
português. Isto é muito desestimulante para o cliente e para o possível fabricante
nacional de “caixinhas” e produtos com um assistente virtual embarcado.
Mas isso deve estar para mudar. O Google Home em sua versão
beta já começa a permitir sua configuração para o português brasileiro. A Amazon
vem prometendo a mesma coisa, mas sem definição de data.
Enfim, parece que as gigantes estão começando a olhar para o
nosso mercado.
Mas e os produtos?
Duvido que qualquer um deles pense em fabricar seus produtos
no Brasil. A única opção que talvez tenhamos é que eles incentivem um grande
distribuidor a importar e vender suas “caixinhas” no Brasil. Mas não vai ser
barato.
E sem estas caixinhas teríamos uma Casa Inteligente brasileira?
Primeiramente, com certeza sim! Os assistentes virtuais funcionam
muito bem em smartphones, mas as coisas ficam um pouquinho mais complicadas quando
você quer que a casa seja inteligente para todos os que estejam dentro dela.
A outra opção está nas mãos dos fabricantes nacionais: há
espaço para que alguns desenvolvam suas próprias caixinhas, embarcarem nelas o
assistente virtual de sua escolha e partirem para a divulgação e venda em
massa.
Se tomarem os devidos cuidados com sue produto, tanto no
design quanto na sua contínua atualização, terão produtos competitivos, com o
suprassumo da tecnologia embarcada. Precisam caprichar no design, na divulgação
e na criação do conceito de Casa
Inteligente utilizando seus produtos.
E podem, até, se aventurar em produzir outros produtos
conectados, como lâmpadas, fechaduras e câmeras, juntando o que há de melhor lá
fora com o que é melhor para o nosso país.
Quem serão os primeiros a se nos surpreender positivamente?
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