A onda agora é tudo “Inteligente”; é Casa Inteligente, Edifício
Inteligente, Cidade Inteligente, Carro
Inteligente...
Mas, o que realmente significa essa “Inteligência”? e como ela se aplica ao Edifício Inteligente,
nosso assunto deste post?
Não vou entrar nos detalhes técnicos envolvidos, mas podemos
dizer que essa inteligência considera os seguintes fatores:
- Precisamos de dados vindos diretamente da coisa inteligente, seja ela uma casa ou um edifício. Isto significa que, obrigatoriamente, esta coisa precisa ter sensores nos enviando esses dados. Podemos estar falando de sensores de temperatura, de presença, de luminosidade, de nível de reservatórios de água, entre tantos.
- Precisamos de dados vindos do ambiente onde esta coisa se encontra, e estes dados normalmente são fornecidos por sensores de outras coisas inteligentes. Um exemplo seria o uso dos sensores de luminosidade da iluminação pública para “saber” que há nuvens cobrindo o sol a uns 500 metros de distância e vindo em sua direção.
- Precisamos de formas de atuar sobre a coisa inteligente. Isso pode ser feito através de equipamentos comandando a iluminação, os aparelhos de ar condicionado, as cortinas, as fechaduras, as bombas de água...
- Precisamos da inteligência. Esta pode ser dividida em três partes:
o
A chamada Inteligência
Local, que está localizada dentro da coisa inteligente, dependendo apenas
de redes de comunicação internas. Essa inteligência será responsável pelas
ações imediatas, pré-programadas, como regular a iluminação conforme
informações de seus sensores de luminosidade.
o
A chamada Inteligência
na Nuvem, localizada com algum provedor de serviços na Nuvem. Esta parte é
responsável por receber os dados da coisa inteligente, buscar os dados
complementares de terceiros, como serviços de meteorologia ou avisos de disponibilidade
de energia elétrica vindos da distribuidora. Esta inteligência transforma estes
dados em informação e a usa para coordenar as ações globais, incluindo a
passagem de instruções para a Inteligência
Local, a interação com os usuários e a apresentação de informações
gerenciais para auxílio à tomada de decisões por parte dos gestores da coisa
inteligente.
o
A chamada Inteligência
Artificial, também localizada em uma plataforma na Nuvem. Esta parte é
responsável por observar, aprender, “inferir” e redefinir objetivos. Ela
acompanha as informações vindas da coisa inteligente ao longo do tempo e as
analisa, visando detectar comportamentos repetitivos e assim poder prevê-los. Um
exemplo dentro de um edifício seria “entender” que mesmo os funcionários em
home office (que vêm ao escritório apenas quando querem) têm um comportamento
previsível e costumam vir com mais frequência na última quinta-feira do mês.
Com isto, a Inteligência Artificial
pode prever e preparar a necessidade de maior consumo de ar condicionado,
energia elétrica e até vagas no estacionamento.
A Inteligência Artificial também é muito útil para observar comportamentos fora de um padrão esperado, principalmente quando falamos de equipamentos elétricos como bombas e elevadores e, com essas informações determinara necessidade de manutenção preventiva.
A Inteligência Artificial também é muito útil para observar comportamentos fora de um padrão esperado, principalmente quando falamos de equipamentos elétricos como bombas e elevadores e, com essas informações determinara necessidade de manutenção preventiva.
Já a Inteligência na
Nuvem fará o controle mais preciso da intensidade necessária conforme
informações sobre a luminosidade externa e sobre a quantidade de pessoas
presentes em cada zona, passando estas informações para a Inteligência Local comandar a iluminação com mais refinamento.
Já a Inteligência
Artificial sabe, pois observou ao longo do tempo, a curva de ocupação do
refeitório minuto a minuto e sabe prever o fluxo ao longo do dia. Assim, esta
Inteligência coordena a iluminação de cada zona de acordo com a necessidade de
momento, iluminando uma determinada zona apenas momentos antes de ser
necessária, como que convidando os usuários a ocupar este espaço. Mas também buscará otimizar a ocupação,
instruindo a Inteligência Local a
não iluminar uma determinada zona, mesmo que pessoas se dirijam a ela, enquanto
houver espaços vazios nas áreas já iluminadas.
Tudo isso para falar sobre Edifícios Inteligentes. Mas porque
queremos Edifícios Inteligentes? Com certeza há um investimento em tecnologia
que precisa ser feito e este investimento precisa trazer um retorno financeiro,
se não será muito difícil de se justificar.
Um dos principais focos para se investir em transformar um Edifício
em Inteligente é aumentar sua eficiência
energética, justificando o investimento pela redução de custos que pode ser
obtida.
Mas há outros fatores que podem contribuir para aumentar os
retornos tangíveis e não-tangíveis. As três maiores áreas são: segurança, custo
operacional e rápida adequação às legislações e políticas de incentivo
governamentais.
Depois do investimento feito e dos principais retornos
financeiros e operacionais obtidos, há ainda várias áreas onde a “Inteligência”
do Edifício pode ser usada, melhorando o gerenciamento dos ativos e do conforto
de seus ocupantes.
Mas vejamos quais podem ser as principais tendências
tecnológicas em Edifícios Inteligentes nos próximos anos:
Eficiência
Energética
Tudo começou com algumas iniciativas localizadas, como a
troca de lâmpadas de alto consumo por lâmpadas LED e a troca de equipamentos de
ar condicionado velhos por novos e mais eficientes. Os investimentos eram
fáceis de serem calculados e seus retornos, se não muito altos, eram de longa
duração.
Mas agora é preciso dar passos mais tecnológicos. Aqui
incluímos controle individual de cada ambiente, controle dinâmico de
temperatura, ações antecipadas baseadas na previsão de ocupação, entre outros.
Para que essas soluções sejam eficientes, haverá a necessidade mais sensores e
mais fontes de dados para que as decisões possam ser tomadas mais
eficientemente.
Redução de
Custos Operacionais
Os Edifícios Inteligentes precisam ter uma infraestrutura de
tecnologia da informação bastante complexa e o caminho natural é utilizar esta
infraestrutura para também otimizar os custos operacionais, compartilhando
recursos entre os vários setores, como segurança, operação de maquinário,
atendimento ao usuário/cliente, análise de dados e gerenciamento.
Gerenciamento
de Ativos
Incluímos aqui não apenas os ativos diretamente relacionados
com a manutenção e operação de um edifício, mas também os relacionados com sua
utilização como um negócio comercial. As câmeras de segurança podem também ser
utilizadas para observar a utilização de espaços, dando informações que
permitam a otimização de seu uso.
A coleta continua de informações sobre os principais
equipamentos de um edifício, como os elevadores, portões elétricos e bombas de
água permitirá a implantação de ferramentas de manutenção preventiva e
preditiva, minimizando as perdas com equipamentos fora de funcionamento ou com
manutenções corretivas, sempre mais caras e nem sempre bem feitas, devido à
urgência da situação.
Novas Tecnologias
Reduzindo o Custo dos Investimentos
As novas tecnologias como a Internet das Coisas e o
desenvolvimento de sensores cada vez mais baratos incentivará o investimento em
transformar pequenos e médios edifícios em Edifícios Inteligentes. O
investimento será menor graças a estas tecnologias e os benefícios estarão ao
alcance de um número maior de usuários.
Maior Conforto Significando
Maior Produtividade
O controle mais preciso de grandezas como temperatura,
umidade e luminosidade trarão maior conforto aos ocupantes do edifício e, como
consequência já provada através de estudos, maior produtividade.
Integração com A
Cidade Inteligente
Uma Cidade Inteligente fica mais inteligente e de forma mais
rápida quando pode contar com um bom número de Casas e Edifícios Inteligentes.
As informações poderão ser melhor integradas e as ações que a Cidade
Inteligente precisará tomar em um determinado momento poderão incluir as Casas
e Edifícios, aumentando sua eficácia e reduzindo seu custo para obter os
resultados esperados.
Contribuição
Social
Um Edifício que seja inteligente é também eficiente,
maximizando os benefícios obtidos a partir dos recursos consumidos. É uma forma
clara de contribuir com o meio ambiente e obter vantagens com isso.
Acredito ser o momento onde todos os envolvidos, sejam construtores,
futuros proprietários, investidores ou governos, devem dar à inteligência de
suas casas e edifícios o correto valor de um investimento que vale a pena por
todos os retornos, tangíveis ou não, que obterão.
Muito bom! Sou estudante de Engenharia de Controle e Automação e gostaria de trabalhar nessa área! Alguma recomendação/dica?
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