Aparentemente o mundo só se preocupa com as grandes
empresas. Estava lendo um artigo sobre um estudo feito pela Forbes Insight para
Hitachi, onde entrevistaram 500 executivos nas Américas, Europa e Ásia, todos
eles diretores e trabalhando em empresas com mais de 500 funcionários.
A pesquisa era sobre as tecnologias emergentes e suas
importâncias para os negócios. A Internet
das Coisas ficou em primeiro lugar, seguida de perto por Robótica, e em
terceiro, Inteligência Artificial.
Mas será que pequenas empresas, com menos de 500
funcionários, onde os executivos são os próprios sócios, têm algo a aprender
com esta pesquisa? Vejamos...
Mais de 50% das
empresas pesquisadas tem algum tipo de programa de IoT em andamento, na
sua enorme maioria em fases de planejamento ou de projetos piloto.
E as pequenas e médias empresas, devem seguir o mesmo
caminho? Se sua empresa é séria, busca a longevidade e a lucratividade
persistente, deve sim se preocupar em analisar o assunto. Toda empresa, seja
ela diretamente relacionada com tecnologia ou apenas uma possível usuária, deve
dedicar parte de seus recursos e de sua energia para continuadamente prospectar
os possíveis benefícios que estas novas tecnologias podem trazer.
Cada empresa deve ter um departamento (ou mesmo uma única
pessoa) com a responsabilidade de acompanhar as tecnologias que podem ser de
interesse para seus clientes e também para seus concorrentes. Empresas muito
pequenas não precisam formalizar este processo, mas devem “visitar” o assunto
periodicamente, não apenas quando há um problema ou as vendas estão baixas. Em
geral, a implementação de novas tecnologias é bastante perturbadora para a
fluidez operacional e implementá-las sem uma visão de longo prazo ou em
momentos de crise não costuma trazer bons resultados. O mesmo se aplica à sua implementação
nos produtos e serviços ofertados, que não pode ser feito sem planejamento e
preparo, apenas porque o mercado passou a valorizar alguma determinada novidade
tecnológica.
Quando uma empresa de pequeno ou médio porte detecta uma
tecnologia que pode lhe ser interessante, seja para uso em seus processos, seja
para oferta aos clientes através de produtos e serviços, ela deve preparar um
Plano de Negócios para avaliar a viabilidade tecnológica e empresarial,
possíveis gastos e retornos financeiros e alterações na estrutura
organizacional, entre outros fatores de apoio à decisão. É sempre recomendável
que se busque uma consultoria externa, pois ela poderá contribuir com uma visão
desinteressada de sua empresa, trazer conhecimentos sobre o novo mercado que se
pretende alcançar e não estará envolvida com as visões e opiniões internas, que
poderiam desviar o objetivo do Plano de Negócios.
É fundamental lembrar que desenvolver um Plano de Negócios é
uma forma de conhecer e ter uma base sólida para se tomar uma decisão, seja ela
de ir em frente, adiar a investida ou mesmo desconsiderá-la totalmente, pelo
menos durante os próximos anos.
Com esta abordagem, as pequenas e médias empresas terão
certeza de que trataram o assunto profissionalmente e que as decisões tomadas
foram feitas com embasamento técnico, comercial e empresarial.
Mais de 50% das
iniciativas pesquisadas estão relacionadas com a chamada “experiência do
cliente”, ou seja, a percepção que o cliente tem sobre a empresa, seus produtos
e serviços. Quando os programas de implementação de IoT focavam o
aumento da receita através da melhoria da experiência do cliente, os três
pontos mais citados foram a criação de novos produtos, a oferta de novos
serviços, e a possibilidade de customização de seus produtos atuais.
O cliente é determinante no sucesso de uma empresa. Quando
falamos das pequenas e médias, em geral seus clientes são restritos
geograficamente, não são em número suficiente para os conceitos de massificação
e sua fidelidade à marca está muito mais ligada à experiência pessoal que à reputação
da empresa globalmente.
Quando uma grande multinacional lança um produto ou serviço
no mercado ela sabe que não agradará a todos; dificilmente terá uma quantidade
significativa de clientes 100% satisfeitos, mas uma fatia significativa estará
bastante satisfeita. E o cliente fará sua escolha baseada em quem melhor o
atende, entre as empresas que têm uma boa reputação no mercado.
Para estas multinacionais, a implementação de tecnologias
como a Internet das Coisas em seus
produtos visa muito mais atender a um requisito genérico de seu enorme mercado
do que satisfazer especificamente um tipo de cliente.
Já as pequenas e médias empresas têm a possiblidade de se
especializar em um determinado nicho de mercado ou perfil de cliente. Contudo,
enfrentam dificuldades na hora de alcançar estes clientes, seja no processo de
venda ou no suporte e acompanhamento de satisfação.
Tecnologias como a Internet
das Coisas podem ajudar em muito estas empresas a vencerem estas barreiras.
Vendas online, com possiblidade de customização de produto aos desejos do
cliente, acompanhamento do funcionamento através de monitoração remota e um
atendimento personalizado e constante são exemplos de valores que as
multinacionais não conseguem oferecer aos seus clientes, e que empresas médias
e pequenas, desde que preparadas para isso, podem ter estes diferenciais como
seus verdadeiros “produtos”.
Contudo, sem o uso das tecnologias disponíveis, estas
empresas não conseguirão oferecer estes valores a custos aceitáveis e com
lucratividade; correm o risco de se tornarem pequenos (ou médios) elefantes,
sem energia e flexibilidade para acompanhar as sempre novas exigências do
mercado.
Em resumo, as tecnologias emergentes com certeza pertencem
ao mundo das pequenas e médias empresas, e achar que estão disponíveis apenas
para as grandes corporações é um erro estratégico que pode custar a longevidade
destas empresas no mercado.
Contudo, estas tecnologias devem ser tratadas com respeito e
seriedade, exigindo conhecimento, planejamento, acompanhamento e investimentos.
Se sua empresa não possui o conhecimento tecnológico, pense
em desenvolvê-lo internamente ou contratar uma consultoria. Acompanhe o que vem
acontecendo em seu setor. Há várias iniciativas de governos e universidades que
poderão dar uma primeira visão do uso das tecnologias no mundo dos negócios.
Algo lhe chamou a atenção e poderá ser útil à sua empresa? Discuta com seu
grupo de gerenciamento e comece a formar um entendimento sobre o assunto e sua
aplicação. Contrate uma consultoria para desenvolver um Plano de Negócios.
Assim poderá tomar a decisão certa.
Caso decida ir em frente, planeje, controle, acompanhe e
meça. Lembre-se que é um processo dinâmico e que poderá ter que sofrer pequenas
alterações de rota ao longo do caminho.
Caso decida não ir em frente, lembre-se duas coisas: o
assunto deve ser visitado periodicamente pois sua empresa, seu mercado e sua
visão podem mudar ao longo do tempo; e prepare seu discurso e seus valores para
que o mercado entenda porque sua empresa decidiu não absorver uma determinada
tecnologia.
E Quais Seriam Essas Tecnologias?
E Quais Seriam Essas Tecnologias?
É obvio que a resposta a esta pergunta muda a cada dia, já
que tecnologias nascem e morrem a cada instante. Mas, temos as atuais campeãs que
são:
Processamento na
Nuvem
Pequenas e médias empresas podem tirar proveito do chamado Cloud
Computing de forma rápida, sem grandes investimentos e com baixo custo operacional.
Com esta tecnologia, elas podem oferecer serviços online em praticamente
qualquer lugar do mundo.
Sua empresa não precisa investir em equipamentos ou
infraestrutura. Não precisa se preocupar com o tamanho do sucesso, já que estas
plataformas são escalonáveis, podendo ter suas capacidades aumentadas pelas
empresas que oferecem este serviço sem você precisar investir. Seu custo será
proporcional ao seu uso.
Chatbots
São ferramentas tecnológicas que permitem você automatizar a
interação com seus clientes, ganhando mais eficiência no atendimento e aprimorando
a experiência do cliente.
IoT
Esta tecnologia traz uma gama muito interessante de
aplicações. Ela pode ser utilizada para que sua empresa conheça melhor como seus
produtos são utilizados e com isso aprimorar suas próximas versões. Ela pode
ser utilizada para que você seja proativo e interaja com seu cliente a respeito
de seus produtos. Ela pode ainda ser utilizada mais diretamente, ligada a
outras ferramentas computacionais, para agregar valor aos seus produtos, através
da troca de informações com outros equipamentos IoT através da
Nuvem.
Moedas Virtuais
Um assunto bastante polêmico no momento, sua empresa já sabe
o que é? Já decidiu adotar? Ou não adotar? Sabe os riscos?
O que me diz? Está preparado para as decisões que o
aguardam?
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