Há inúmeras ideias de como aproveitarmos as possibilidades da
Internet das Coisas para oferecermos
mais serviços e produtos, dando ao cliente mais benefícios e gerando riqueza
para ambos.
E praticamente todas as ideias querem usar o gigantesco volume
de dados que a IoT
pode gerar para transformar estes dados em informação e depois em conhecimento
e ação.
Seria algo como um fabricante de máquinas de lavar obter
informações sobre o peso de roupa colocada em cada lavagem. Ele poderia
detectar, por exemplo, que a grande maioria de seus clientes está utilizando a
máquina abaixo de sua capacidade, implicando em mais gasto de energia e de água
por quilo lavado. Com estas informações ele projeta máquinas menores e mais
eficientes e direciona suas campanhas de vendas para esta otimização.
Neste exemplo temos máquinas de lavar com sensores
específicos, se comunicando de alguma forma com uma plataforma na nuvem (a essência
do IoT), onde o fabricante (ou
uma empresa contratada por ele) poderá mapear os quilos, o volume de água e o
consumo de energia a cada lavagem, podendo ainda determinar em qual região do
país esta máquina está sendo usada.
Contudo, e que os especialistas o digam, para que estas
informações sejam validadas elas precisam primeiramente serem coletadas ao
longo do tempo. Por quanto tempo?
No caso da máquina de lavar, meu bom senso me diria que
precisaria de pelo menos um ano para saber o comportamento dos usuários em
todas as estações do ano. Menos que isso seria arriscar não considerar
influenciadores importantes na forma de uso da máquina. E decisões tomadas em cima
de dados pobres serão decisões pobres.
Então, é importante todos entendermos que toda nova ideia do
uso da IoT que se caracterize por
trazer novos conhecimentos sobre o comportamento de uso requer um tempo de
coleta de dados. Haverá aplicações onde esta coleta poderá ser de apenas três meses,
outras de até dois anos.
Isso implica em investimentos ao longo do tempo com pouco
retorno imediato, correndo o risco de não ter nenhum retorno. Este seria o caso
do fabricante chegar à conclusão que as capacidades hoje oferecidas já atendem
o mercado muito bem e que não precisa reprojetar seu produto para novas
capacidades!
E como podemos minimizar este impacto (ou, na verdade, a
falta dele)?
A resposta, de forma simples, está em criar projetos de uso
da Internet das Coisas com várias
facetas, algumas de benefício imediato, outras mais a longo prazo. Sempre usando
o nosso exemplo, o fabricante poderá oferecer aos seus clientes facilidades
como acompanhamento remoto do funcionamento da máquina, comandos via smartphone
e manutenção preditiva, enquanto coleta os dados ao longo do tempo para seu
planejamento futuro.
Assim, teremos a IoT do presente, olhando para o passado e projetando o
futuro.
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