26 junho 2017

Ter um Lego e Saber o que Fazer com Ele

Primeiro vamos falar de Internet das Coisas (IoT - Internet of Things). Depois, brincamos.

De forma simplificada:

Sensores coletam dados do que acontece ao seu redor e os enviam a uma base de dados na nuvem, seja diretamente ou através de gateways. Alguns destes dados podem ir direto a outro equipamento para que os utilize em seus processos de decisão.

Atuadores esperam por comandos que venham de algum lugar na nuvem, com as permissões corretas para, em seguida, checar se as condições locais estão corretas e então obedecer a estes comandos.

Gateways recebem dados de sensores locais, enviam comandos a atuadores locais, enviam dados e comandos para a nuvem e recebem dados e comandos da nuvem. Também estão processando as informações localmente para tomar decisões e também para saber comandar seus atuadores locais se perderem a conectividade com a nuvem.

A nuvem coleta dados de sensores através de uma quantidade qualquer de gateways ou até diretamente destes sensores, armazena estes dados, trata-os buscando validá-los, aglomerá-los e “entendê-los”. Esta mesma nuvem executa lógicas complexas que utilizam os dados, tanto em tempo real quanto já armazenados, e define ações que devem ser tomadas de forma a se atingir algum objetivo definido na sua programação.

Simples, não? Esta é a Internet das Coisas.

Mas, é só isso?

Não exatamente, e nem percamos tempo com discussões sobre protocolos e redes de comunicação, assuntos sempre discutidos quando falamos de IoT.

Vamos falar de Lego®. Sim, daquele conjunto enorme de blocos dos mais variados formatos e cores, que serve para criarmos praticamente tudo de mais maluco que nossa imaginação possa conceber.

Pois bem, considere que os dados que temos vindo de todos os sensores da Internet das Coisas são as peças de Lego. Pensando nas peças, vemos que todas se encaixam uma na outra sem dificuldades, com qualidade e com firmeza. Nosso protocolo está pronto e funcionando.

Podemos começar a separar as que estão quebradas, amontoá-las por cor, tamanho, forma ou função. Nosso Big Data está funcionando.


Podemos avaliar quantas de cada tipo e cor temos. Com isso não nos metemos a montar coisas e descobrir que não temos a quantidade necessária de peças ou e acabamos tendo carrinhos com janelas opacas. Estamos pondo em prática o Data Analytics.

Mas, e agora? Fazer o quê com as peças? Aqui precisamos de criatividade e imaginação. Não é necessário conhecermos a composição química dos materiais plásticos que foram utilizados, nem como o encaixe foi concebido, nem a engenharia necessária para fabricar todas essas peças.
Podemos, então, seguir as instruções que vêm na caixa (se as acharmos e as entendermos) e montamos as sugestões do fabricante.



Mas também podemos deixar as regras e receitas de lado e inovar:





Este será o segredo do sucesso e dos benefícios da Internet das Coisas. Precisamos de pessoas e entidades criativas e imaginativas para pensar “fora da caixa” e vislumbrar aplicações realmente novas e disruptivas. Estas pessoas e entidades não precisam vir do mundo da tecnologia, não precisam conhecer a fundo os bits e bytes da Internet, não precisam nem saber programar. Precisam olhar o todo, ver o caminho, “desenhá-lo” e saber comunicá-lo aos executores tecnológicos.


Não é a tecnologia que transforma o mundo. É o que fazemos com a tecnologia que nos transforma e com isso, transformamos o mundo ao nosso redor.

Um comentário:

  1. Ótima a comparação com o LEGO e melhor ainda a chamada à ação do final, que lembra que não somente pessoas do mundo da tecnologia poderão ser peças-chave para seu aproveitamento. Qualquer um com uma boa ideia na cabeça poderá usar a os instrumentos tecnológicos, seja direta ou indiretamente, para criar inovações de sucesso.

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