Do It Yourself (DIY), nem tanto!

Sempre chamei a atenção para o fato de que no Brasil o Faça-Você-Mesmo não é um comportamento padrão e não deve ser usado como caminho de introdução de produtos ou tecnologias no mercado.

É por isso que tenho dito que Do-It-Yourself (DIY – Faça Você Mesmo) não é o caminho para levar ao cidadão mais comum as tecnologias e produtos envolvidos com a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT). O mercado americano tem apostado muito em produtos que podem ser comprados sem qualquer suporte técnico e, aparentemente, instalados e programados pelo próprio usuário. Os exemplos estão sempre chamando a atenção, como o Apple Home Kit e o Amazon Echo, entre outros.

Contudo, aos poucos tem aparecido notícias de frustração destes usuários pela dificuldade cada vez crescente em fazer com que estes produtos funcionem perto do seu potencial máximo. Isto ocorre principalmente quando se quer integrar produtos de marcas diferentes.

Um dos produtos que se posicionam claramente como DIY são os termostatos (sem grande utilidade no mercado brasileiro). Você, americano típico, poderia comprá-lo em qualquer loja, e instalá-lo sem grandes dificuldades, fazendo com que consiga controlar as temperaturas dos ambientes de sua casa, comandando sua central de HVAC (Aquecimento, Ventilação e Condicionamento de Ar, em inglês). 

E, com os modelos mais “modernos” poderia também se conectar a sensores de presença, e até outros equipamentos como lâmpadas e fechaduras inteligentes, para aumentar a “controlabilidade” de sua residência. E tudo isso sem ajuda dos especialistas!

Bem... Recentemente saiu uma notícia (clique aqui) de que na verdade 70% dos termostatos inteligentes são comprados diretamente pelos profissionais que instalam os sistemas de HVAC e dos 30% restantes, comprados diretamente pelo usuário final que pensa em instalá-los ele mesmo, metade acabam precisando de apoio profissional.

Este fato tem obrigado empresas sérias deste mercado em desenvolver soluções de suporte que possam atender a esta demanda, seja por várias formas de suporte técnico, seja através do treinamento de terceiros para que deem esse suporte em nome do fabricante.

Então, se você é um usuário “comum”, pense e pesquise bem antes de achar que pode fazer você mesmo. Se quiser arriscar, leve em conta que poderá ter algum custo adicional na hora de realmente fazer o produto funcionar.

E se você é ou pensar em ser um fabricante, e ainda por cima quer insistir em alcançar o pequeno mercado do DIY no Brasil, se prepare para ter custos de infraestrutura de suporte para não frustrar seu cliente e queimar sua marca.

A IoT é para todos usarem, mas só a usarão direito se especialistas instalarem os produtos e equipamentos envolvidos!