22 março 2017

Conectividade vs Inteligência

As pessoas continuam confundindo Conectado com Inteligente. E quando digo pessoas, me refiro a formadores de opinião sobre as tecnologias vigentes e futuras, incluindo a tal da Internet das Coisas (IoT).

Um carro conectado ou uma casa conectada é quando temos dispositivos instalados que se comunicam com o usuário ou com outro sistema via internet. Um carro inteligente ou uma casa inteligente é quando a conexão destes dispositivos com a Nuvem permite que serviços de mais alto nível (com mais “inteligência” no processamento de dados) sejam ofertados ao cliente, trazendo benefícios claros e diferenciados.

Um carro que lhe informe através de um app no seu smartphone coisas como localização, quantidade de combustível ou que está na hora de trocar o óleo não é inteligente, é apenas conectado.

Um controlador de temperatura que lhe permite mudar sua configuração remotamente não é inteligente, é apenas conectado.

Já um carro que monitora uma série de parâmetros, os passa à nuvem do fabricante, que, por sua vez, os analisa e consegue determinar desgastes prematuros de peças, prever sua vida útil e informar preventivamente ao usuário uma possível falha futura, isso é “inteligência”.

Um termostato que se comunica com a internet e consegue obter a previsão do tempo e que também sabe se e quando há pessoas na residência, e com isso ajusta suas configurações visando economia de energia, mas mantendo um nível de conforto aceitável, isso sim é “inteligência”.

Pensando em IoT, se um dispositivo capaz de prover dados sobre seu meio ambiente não fornecer estes dados para sistemas de mais alto nível, então ele não é IoT; ele não está colaborando com a inteligência global. Passar estes dados a um app no seu smartphone é apenas “conectado”.

Então, quando lemos artigos sobre números de dispositivos conectados, deveríamos levar isso em consideração.

E foi lendo uma apresentação da BI Intelligence Team que achei alguém que dá valor a esta diferença, talvez ajudando a explicar os números díspares que temos visto circulando.

Segundo eles, em 2020 haverá 34 bilhões de dispositivos conectados à internet, dos quais 24 bilhões serão dispositivos IoT. Pode continuar sendo uma estimativa tirada do nada, mas pelo menos a diferenciação entre “conectado” e “inteligente” (IoT) está feita.


E esta apresentação traz uma abordagem muito interessante sobre a IoT que vale a pena ler. Abaixo apresento alguns itens que gostei de ver publicados:
  • A área que mais tem conseguido retorno sobre seus investimentos em IoT é a de manufatura industrial; em segundo a área bancária e, lá no fim, produtos para o consumidor final e o mercado de mídia e entretenimento. É interessante ver que a força momentânea da IoT está trabalhando sem alarde e com sucesso.
  • Dos 24 bilhões de dispositivos IoT, 6 bilhões estarão diretamente relacionados com às Cidades Inteligentes.
  • Segundo a McKinsey (2015) o mercado da Casa Inteligente está demorando para decolar; menos de 10% das residências nos Estados Unidos tinham algum dispositivo conectado, e os dois principais eram detector de fumaça/CO e termostato.
  • Em geral, o preço da conectividade está multiplicando por pelo menos 3 o preço das coisas comuns (números do mercado americano).
    o   Uma lâmpada comum 8 dólares, uma lâmpada conectada 25 dólares
    o   Uma câmera cabeada 31 dólares, uma conectada ao Nest 200 dólares
    o   Um termostato normal da Honeywell 18 dólares, um Nest 250 dólares
  • A AT&T tem parceria com 8 montadoras de carro e em 2015 43% dos carros fabricados por estas oito montadoras saíram da fábrica com alguma conectividade (inclui Ford e GM)
  • Um mercado crescente é o de seguros contra ataques cibernéticos.


Você pode conseguir mais informações e a apresentação completa neste link.

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