É interessante fazer parte, mesmo que como expectador, da evolução de um conceito como a Internet das Coisas. Por esta evolução ser extremamente rápida pode parecer confusa, mas é a consequência natural da evolução tecnológica.
A IoT ou ainda não existe e está sendo criada, ou sempre existiu e está sendo renomeada e redefinida.
Imagine a situação onde você tem um certo motor industrial, que tem um sensor de temperatura e um microprocessador que fica monitorando a temperatura e, se ela passar de um certo nível, desliga o motor para protegê-lo. Isto sempre existiu.
Imagine que este microprocessador esteja conectado a uma rede e que periodicamente informe a um computador central a temperatura e também se o motor está ligado ou desligado, e se foi desligado por excesso de temperatura. Por sua vez, o computador central passa estas informações a outros sistemas, como o de planejamento de manutenção e o de manutenção preditiva, podendo até acionar o ERP para saber se o motor está na garantia e abrir um chamado com o fornecedor. Isto também sempre existiu.
Mas esta estrutura tinha que ser montada caso a caso, não estava pronta na prateleira, por isso não era considerada IoT. No dia que o motor já vier com essa capacidade e que a ligação deste microprocessador à rede seja automática, aí sim temos IoT.
Mas vamos às nuvens. Nesta arquitetura temos algum nível de decisão localizado junto ao motor, o qual não precisa de rede ou de computador central para ser protegido de sobreaquecimento. Isto torna o sistema mais confiável e ao mesmo tempo mais poderoso, já que existe capacidade computacional nos motores, capacidade esta que faz parte do sistema como um todo.
Nesta arquitetura temos a primeira nuvem, chamada de Nuvem IoT, que é aquela que permite o transporte dos dados entre todos os interessados. Esta nuvem tem algumas funções muito específicas como monitorar as redes, indicar se algum dispositivo está fora, atualizar os firmwares destes dispositivos e gerenciar a troca de dados diretamente entre eles.
Mas precisamos ter a segunda nuvem, a de Aplicação, ou seja, aquela que vai fazer algo mais rebuscado com as informações disponíveis. É ela que cuida do Big Data, da parte analítica.
(Obs: a antiga Nuvem de que todos falam tem como principal objetivo o armazenamento de dados.)
E é esta nuvem de Aplicação que melhor explica o post anterior da "Neblina" (link). Ao distribuir a responsabilidade da aplicação para dispositivos periféricos como gateways e controladores locais (incluindo os de automação residencial), mas mantendo o sistema como se fosse uma única aplicação, estamos introduzindo os chamados nós de neblina (Fog Nodes) ou a computação em neblina (Fog Computing).
Em resumo, esta linha de desenvolvimento da IoT leva parte da inteligência aos equipamentos "inferiores", aumentando a confiabilidade do sistema como um todo, posto que muitas decisões podem ser tomadas sem depender da conectividade com as demais nuvens.
Por outro lado, traz um novo desafio. Os responsáveis pela Aplicação devem saber distribuir esta aplicação pelos nós de neblina de forma consistente e confiável.
Se quiser saber mais, você pode ler o artigo no qual me baseei neste link.
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