23 fevereiro 2017

A Internet das Coisas, os Sistemas de Segurança e as Startups, o que têm em comum?

Comecemos pelos sistemas de segurança. Historicamente, estes sistemas são (eram?) vendidos por um determinado fabricante, não misturando marcas. Você queria um sistema de segurança para sua residência, você procurava uma das empresas no mercado e ela lhe ofereceria o sistema completo: central, detectores, câmeras, sirene e serviços. Qualquer avanço tecnológico era fruto do investimento de um determinado fabricante e este aproveitava a onda até que seus concorrentes o copiassem.

Mas a Internet das Coisas (IoT) abriu a possiblidade de inúmeros pequenos fabricantes desenvolverem produtos específicos para a segurança: câmeras IP, fechaduras inteligentes, campainhas com vídeo conectado diretamente ao seu celular são as mais usuais, mas hoje estão aparecendo até novos conceitos, como detectores de ruído que são capazes de analisar e determinar se os sons captados foram oriundos de uma janela quebrada, por exemplo.

Isso tudo é muito bom, mas nenhum deles é um sistema completo e nenhum deles “conversam” com sistemas de mercado de forma suave e indolor.

E eis que aparecem as Startups querendo resolver o problema. Há startups focando em integrar estes produtos “soltos” como foco de venda de seu próprio produto. Que tal comprar meu sensor de presença que já se integra com a fechadura de um outro fabricante e o vídeo porteiro de um terceiro?

Muito provavelmente, o principal objetivo destas startups é chamar a atenção das grandes empresas nas suas capacidades de integração, valorizando sua própria empresa. Veja como acho que funciona:

Eu inicio uma startup com uma ideia de um produto, digamos, uma câmera com capacidade de acompanhar a origem de um determinado ruído, “seguindo” a fonte pelo campo de visão. Se eu colocar este produto no mercado, vou vender a câmera e os usuários vão utilizar meu aplicativo para visualizar o que minha câmera está vendo e ouvindo. Resultado: dependo de marketing, de um produto de qualidade, de tecnologia e de rapidez de comercialização para ser bem sucedido financeiramente. E se uma grande empresa quiser compra a minha empresa, pagará pelo valor que percebam de um produto que ainda não se integra ao que eles hoje utilizam, mas que podem ser facilmente integrado com um pouco de engenharia de software.

Mas, se ao desenvolver minha câmera aproveito e desenvolvo a integração dela com equipamentos de terceiros, mesmo que somente alguns? Meu aplicativo pode ser inteligente o suficiente para controlar, digamos, a câmera e as lâmpadas inteligentes de um outro fabricante para as quais desenvolvi a integração.

Agora, minha empresa tem um valor agregado bem maior. Pois quem comprar minha empresa precisa apenas integrar as funcionalidades que já desenvolvi no meu aplicativo ao sistema deles e eles acrescentam automaticamente ao seu portfolio a minha câmera e aquelas lâmpadas inteligentes.

E esta incorporação será mais rica ainda, pois ele poderá dizer a aquele cliente que só comprou a lâmpada inteligente que o sistema de segurança dele vai “conversar” com ela de imediato.

Mas, tudo isso é bom para o cliente final? Eu acredito que não, pois estas iniciativas só fazem aumentar a colcha de retalhos que hoje chamamos de integração ponto-a-ponto.

O que precisamos é de uma padronização de como as Coisas Inteligentes vão falar entre si.


Assim economizaremos esforços, eliminaremos frustrações e realmente passaremos a ter uma Internet das Coisas funcional e de baixo custo.

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