13 dezembro 2019

Uma Bela Iniciativa Brasileira no Mundo da Casa Inteligente!


Saiu ontem na mídia uma notícia muito interessante para nós do mundo da Casa Conectada/Inteligente:

O Instituto Nacional de Telecomunicações – INATEL, juntamente com a empresa nacional Pixel TI e com a francesa Thales Group, estão viabilizando um projeto para a criação de gateway para aplicação residencial.


Ainda não há muitas informações técnicas a respeito, mas o artigo (leia ele aqui) menciona que o gateway irá utilizar a rede NB-IoT (Narrowband IoT) para interligar os vários dispositivos da residência à Nuvem.

A ideia de termos um gateway que não dependa do WiFi da residência me parece muito boa. Sabemos da dificuldade que o morador tem em conectar dispositivos não tradicionais à sua rede doméstica. E mais dificuldade tem ao gerenciar esta rede quando, por exemplo, altera a senha; se não fizer a alteração em todos os dispositivos conectados, o morador fica com uma casa desconectada.

Mas, como ainda não sabemos muito sobre este desenvolvimento, me permitam definir o que eu gostaria de ver nesse gateway.

Esse gateway seria multiprotocolo.

Há hoje no mercado dois protocolos para redes sem fio bastante difundidos no mundo da automação residencial: O Zigbee e o Zwave. Ambos são tipo mesh, ambos são de baixo consumo, mas nenhum deles, ainda, é realmente aberto e universal. É verdade que estão em busca dessa universalidade, mas ela ainda não está disponível. Ainda não é plenamente transparente trocar uma lâmpada de um fabricante por uma de outro fabricante sem termos que “engenheirar” esta troca.


Eu gostaria de ver este gateway saber lidar com ambos os protocolos sem complicações para o usuário.

Temos ainda muitos dispositivos utilizando WiFi e Bluetooth, e estes protocolos têm suas vantagens e suas aplicações. Eu gostaria de ver este gateway também saber lidar com eles.

Como este gateway se comunica com a Nuvem através de um protocolo IoT provido por empresas terceiras, posso imaginar que praticamente nunca eu vá perder a comunicação com o gateway, bastando ter um smartphone conectado à Internet. Mas, e se a rede IoT falhar? Que bom seria se esse gateway conseguisse entrar na minha rede doméstica e me dar um mínimo de controle sobre meus dispositivos conectados.

Mas esse gateway não viria sozinho. Por um lado, eu teria todo e qualquer fabricante de produtos conectados que utilizem de forma correta os protocolos oferecidos pelo gateway, me dando liberdade de escolha e criando uma concorrência saudável para os preços ao consumidor.

E por outro lado, este gateway estaria intrinsicamente conectado a uma plataforma na nuvem que me oferecesse a inimaginável gama de serviços que a junção de IoT, Big Data e Inteligência Artificial possa me oferecer.

E como essa plataforma estaria também disponível para terceiros interessados em desenvolver aplicações, eu poderia escolher os serviços e seus fornecedores sem me preocupar com detalhes técnicos. E como estaríamos num mundo universalizado pelos conceitos IoT, estes desenvolvedores também não precisariam se preocupar com quais produtos eu teria; eles somente precisariam focar nos dados e informações, já padronizados, que eu estaria oferecendo a eles.

E como eu acredito no balanço econômico entre forças, toda essa conectividade e esses serviços na nuvem seriam de graça! Ou melhor, seriam em troca de poderem utilizar meus dados, de forma segura e anônima, para aprenderem mais de nós, usuários de produtos conectados; saber como nos comportamos e quais nossas preferências são informações muito úteis para que estes prestadores de serviços a ofereçam a outros fabricantes. Eles que paguem o custo de eu deixar usar minhas informações.

Mas, vamos guardar o sonho um pouco e esperar por mais notícias. Espero que esta iniciativa realmente se concretize em produtos e soluções brasileiras que atendam tanto o nosso mercado quanto mundialmente.

PS: um pouquinho mais de sonho: quando teremos os dispositivos inteligentes diretamente conectados à nuvem usando redes como o NB-IoT, onde eu simplesmente coloque o dispositivo na tomada e informe à nuvem, via aplicativo, que este equipamento me pertence e tudo se configura automaticamente?

Mas vamos em frente, INATEL, Pixel TI e Thales Group! Estamos torcendo pelo seu sucesso! Nos deixem informados dos desenvolvimentos!

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