12 novembro 2017

Namoro ou Amizade?

Uma nova amizade no mundo da Internet das Coisas pode mostrar como a IoT poderá evoluir nos próximos anos.

A Amazon e a Microsoft anunciaram recentemente que seus assistentes Alexa e Cortana começaram uma grande amizade. Ate o final do ano ambas as assistentes virtuais conseguirão conversar entre si, dando ao usuário a possibilidade de enviar comandos a uma através da interface com a outra.

Assim, você poderá pedir à Alexa informações sobre sua vida que só a Cortana sabe (até então) e poderá também conversar com a Cortana e pedir que execute comandos que só a Alexa sabe fazer.

Amizades à parte, esta iniciativa conjunta dá uma pequena mostra do que deverá acontecer com muitos desenvolvedores e fabricantes: a especialização dos seus produtos e a integração com terceiros.

Independente de quanto dure esta amizade ou namoro, ambas as gigantes, Amazon e Microsoft, saem ganhando. A Amazon consegue abraçar um mundo gigantesco de microcomputadores com Windows 10, onde o usuário poderá usar a Cortana como primeira interface, aumentando o interesse destes usuários em ter um Amazon Echo e os equipamentos compatíveis. A Amazon também se aproxima da plataforma Windows, e, em algum momento futuro, poderá se integrar mais fortemente a este sistema e utilizar sua capacidade computacional como parte do chamado processamento de borda (edge computing), aliviando a carga da sua plataforma na nuvem (AWS) e seguindo a tendência tecnológica da IoT.

Já a Microsoft ganhará de imediato a possibilidade de fazer parte real do mundo da Casa Inteligente, podendo incorporar os comandos da Alexa à sua virtual biblioteca de possiblidades. Adicionalmente, poder usar a Cortana para comandar os equipamentos de sua casa, aumenta o interesse do usuário em usar a Cortana, dando-lhe mais poder neste mundo de assistentes virtuais.

Assim, teremos cada um se especializando na sua área, a Amazon na integração com terceiros, enquanto esta integração não é padronizada pela Internet das Coisas, e a Microsoft com as funções de inteligência artificial e realidade virtual, focos constantes da empresa em seus desenvolvimentos.


Do lado oposto a este caminho de especialização e integração com terceiros, temos a Apple com a Siri, seguindo seus próprios caminhos de forma independente. Sabemos que este sempre foi o caminho escolhido pela Apple e o passado tem mostrado ser um caminho de sucesso, sem dúvidas. 

Mas deixo a pergunta: com a IoT querendo ser o padrão universal e querendo oferecer integração praticamente sem esforços, onde ficará o diferencial da Apple num mundo onde todos falariam com todos?

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