22 novembro 2018

Assistente com Sotaque Brasileiro


Existe uma simplificação no mercado que é importante “dessimplificarmos”. Quando falamos de assistentes virtuais como aqueles oferecidos pela Amazon ou pela Google, simplificamos o conceito e consideramos que aquela peça de hardware e o software dentro dela é uma única coisa. Assim, misturamos o Amazon Echo com a Alexa e o Google Home com o Google Assistant. Mas na verdade o software, tanto o Alexa quanto o Google Assistant são independentes dos equipamentos vendidos por estas empresas.

Isto significa que outros fabricantes de “caixinhas” podem desenvolver seus produtos sem se preocupar em desenvolver software (e com isso concorrer com os outros gigantes); basta utilizarem um dos líderes em seus produtos.

E no mercado mundial já vemos isso acontecendo com fabricantes como Sonos, JBL, Harman Kardon, Bose e Bang & Olufsen, que já detêm 11% do mercado americano.

Estes fabricantes podem caprichar no que são bons, como qualidade de som e integração com seus outros produtos, enquanto oferece aos seus clientes toda a gama de conectividade que o desenvolver do software oferece no mercado.

Desta forma todos ganham. O fabricante por ter um produto diferenciado, com grande capacidade de integração, sem ter que se preocupar em também desenvolver software. O dono do software (Amazon ou Google) por expandir ainda mais seu mercado. E o cliente, por ter mais opções de produtos com a certeza que também está apostando em um líder de mercado quando se fala de inteligência e integração.

Quando, então, olhamos para o mercado brasileiro, não vemos muita coisa acontecendo. Até recentemente, estes assistentes virtuais não falavam português. Isto é muito desestimulante para o cliente e para o possível fabricante nacional de “caixinhas” e produtos com um assistente virtual embarcado.

Mas isso deve estar para mudar. O Google Home em sua versão beta já começa a permitir sua configuração para o português brasileiro. A Amazon vem prometendo a mesma coisa, mas sem definição de data.

Enfim, parece que as gigantes estão começando a olhar para o nosso mercado.

Mas e os produtos?

Duvido que qualquer um deles pense em fabricar seus produtos no Brasil. A única opção que talvez tenhamos é que eles incentivem um grande distribuidor a importar e vender suas “caixinhas” no Brasil. Mas não vai ser barato.

E sem estas caixinhas teríamos uma Casa Inteligente brasileira?

Primeiramente, com certeza sim! Os assistentes virtuais funcionam muito bem em smartphones, mas as coisas ficam um pouquinho mais complicadas quando você quer que a casa seja inteligente para todos os que estejam dentro dela.

A outra opção está nas mãos dos fabricantes nacionais: há espaço para que alguns desenvolvam suas próprias caixinhas, embarcarem nelas o assistente virtual de sua escolha e partirem para a divulgação e venda em massa.

Se tomarem os devidos cuidados com sue produto, tanto no design quanto na sua contínua atualização, terão produtos competitivos, com o suprassumo da tecnologia embarcada. Precisam caprichar no design, na divulgação e na criação do conceito de Casa Inteligente utilizando seus produtos.

E podem, até, se aventurar em produzir outros produtos conectados, como lâmpadas, fechaduras e câmeras, juntando o que há de melhor lá fora com o que é melhor para o nosso país.

Quem serão os primeiros a se nos surpreender positivamente?

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